segunda-feira, 26 de maio de 2008

A face de um Anjo


Eis que me surge uma criatura sublime, tão singela em suas formas, tão doce e delicada com seus lábios macios, dos quais me tornei um dependente, tão dependente quanto a um drogado.

Sua pele branca seu corpo perfeito, me faziam delirar por momentos me fazendo esquecer do mundo que se acaba fora daquelas quatro paredes. Um ser puro, dotado de personalidade própria, superior ao homem e aos demais seres terrenos, e estava ali a me olhar conversava comigo, sua voz era suave como a brisa da noite que farfalha a grama dos campos por sua vez, banhados pelo grisalho brilho da lua, mesmo em meio a turvação sua branca e maravilhosa pele quase que reluzindo me enchia os olhos deixando seu corpo desnudo a total evidencia, tão linda, tão bela, e ali pelo menos ali naquele local seria só minha, um ser celestial dotada de grande beleza e formosura como jamais havia visto.

Parecia um sonho, do qual eu nunca quis acordar, gravado em meus sonhos seu rosto angelical em contraste com belos cabelos negros como ébano, por várias vezes manifestando um sentimento de benevolência me olhando nos olhos e demonstrando uma face a exprimir todo o prazer que ali nos proporcionávamos, me sentia entorpecido por tal entidade, maravilhado, não algo muito além do que eu era capas de compreender, seria eu digno de tal prazer? Ali me indagava, seria capaz de lidar com tamanha satisfação, mas e se acabasse, como ficarei se este anjo que tanto estou a me apegar se for, como se vão os personagens que habitam em nossos sonhos, que nos fazem perder o juízo e até mesmo olhar a volta na vã tentativa de encontrar em uma multidão tal pessoa.

Isso seria terrível, mas o que eu, um mero mortal um ser inferior poderia oferecer a tamanha existência?

Minha sinceridade? Seria o bastante, seria eu, um reles mortal capas de acompanhar um ser alífero, um ser maravilhoso, e suprir lhe com meu amor e valores de um reles mortal, Após tanto devanear, eis que desperto, teria sido um sonho? Aquele ser sublime doce do qual me vejo impregnado por seu perfume, ludibriado por seu belo semblante do qual jamais me esqueço, onde esta meu anjo?

Teria batido assas e voltado aos céus, teria voltado a casta que pertence?

Oro mas não obtenho respostas, sinto me menos protegido, como que apanhado por uma desventura da vida, abandonado a própria sorte, onde estará meu anjo, aquele que tanto amei... e ainda amo!

Meu corpo treme como que por abstinência de sua presença, de seu calor de sua suave voz me elevando a alma, me renovando me tornando mais que mortal, despertando em mim o extraordinário ser que posso vir a me tornar ao seu lado, em minha inútil esperança observo os céus na tentativa de reencontrar tão magnifica criatura.



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