quarta-feira, 16 de julho de 2008

Tentando conformar o renitente eu


Por que? Já de inicio me pergunto, por que quando estamos mal tudo a volta nos faz lembrar e ficar se remoendo por dentro. Olhe eles são felizes, eu não! Olhe já estive aqui com ela antes, ou já fiz isso acompanhado de alguém, agóra o faço sozinho.


É eu acho idiota estar assim e sentir coisas inúteis como este sentimento, sim inútil pois só eu o sinto , não é reciproco portanto é inútil. Gostaria naturalmente que fosse diferente mas não é, fazer o que?

É doloroso, más entendo mesmo assim que é a vida não posso fazer nada, é como se uma camisa de força estivesse a me conter diante de algo ameaçador sem chances de revidar, apenas observar e suportar uma dor aguda que não me deixara em paz até o fim da vida, talvez.


Realmente é difícil entender a nós mesmos, imagine tentar entender a humanidade, cheia de suas deformidades e ilusões baratas, que nunca se realizarão para quem realmente as quer!

O que dizer disso, desejar ou querer algo do qual nunca vamos ter. Irônico assim é a vida para aqueles que sonham e tem desejos!


Começo a chegar em uma brana além, mas não a de elevação de meu espirito a algo pleno, e sim de desgosto, uma voz que vocifera em minha cabeça o tempo todo, tirando meu gosto pela vida, acinzentando as cores do mundo para meus olhos já enjoados desta terra amaldiçoada a conviver com uma raça estupida, lhe pisando e acabando com seu próprio ar, e se condenando a viver no lixo.


Seria fácil para mim ser um destes bárbaros, uma vez que só tenho como histórico derrotas e desgostos, os quais me tornam um ser amargo e mais recluso a cada dia, mas tenho honra, honra é uma coisa que não existe na mente de um chulo, um lascivo, daqueles que te roubam no ônibus ou metrô, como se você tivesse culpa dele ser um imbecil que não procurou cuidar de seu próprio futuro. E agora age como se você, eu, ou quem seja devesse isso a ele!


Tenho tantos problemas, alias todos temos mas a honra me limita a não descontar em quem não mereça, ou muito menos tenha a ver com isso. Desejo tantas coisas as quais nunca terei, é pior ainda desejar a algo onde a decisão de ter ou não o que desejamos, não cabe só a nós decidir, o que inditosamente destrói todo e qualquer desempenho de uma das partes.


E assim, fico em meu canto me decompondo lentamente, esperando, observando, quem sabe um dia o vento sopre a meu favor afagando meus cabelos, meu rosto, e isso seja suficiente as vontades de um reles sonhador. Cada vez mais, até os dias ensolarados me parecem ironia.

2 comentários:

Outsider disse...

Texto deliciosamente perturbador...

Senhor, estas a melhorar tua escrita a cada vez mais, junto à sua cosmovisão. Está se tornando um existencialista notável.

Anônimo disse...

Dramaticamente instigante, mas com uma dose de inferioridade que acaba por deixar você isolado de todos por uma barreira negativa de sentimentos acumulados. Meu irmão uma vez me disse que quando nossos pensamentos e sentimentos são de uma linha negativa espiritualmente falando, chamamos tais cargas para perto de nós, assim contaminando todos que estão em nossa volta e ainda “sugando” para si um mal maior.
A vida é deliciosa pelo seu próprio desafio e muitas vezes pela derrota em pequenos desafios, mas creio que tu não devas mergulhar neste sentimento tão profundamente. Quem não procura momentos felizes jamais os acha, acredite meu bom e velho hermano, viver cada momento e o pequeno segredo da vida já que a felicidade intensa não existe.
Contudo meu caro existe amigos que estão aqui para lhe ajudar ou até mesmo estender a mão em todos os sentidos, jamais estarás verdadeiramente só, por que juntos estamos cada um de nós para compartilhar qualquer dúvida, alegria, paz, dor ou até mesmo lágrimas meu amigo.